Pois é, hoje vou escrever sobre o beijo. Melhor, vou escrever algumas alíneas retiradas do livro acima citado e que achei curiosas.
Divirtam-se e saboreiem.
O livro em causa foi escrito por Martine Mairal.
Com a devida vénia, transcrevo:
" A Embriaguez do Beijo"
"O beijo tem uma embriaguez fácil. Fácil e indiscreta. Embriaga-se com palavras. O seu natural lirismo a isso o conduz. Sob o golpe da emoção, depressa lhe sobe à cabeça. O beijo é uma declaração de amor completa.
Da declaração à declamação vai um passo que ele ultrapassa alegremente.
As suas tremuras, os seus arrepios, os seus inefáveis suspiros provocam-lhe febre. Abandona-se então com complacência à hipérbole. Como se colocasse a fasquia demasiado alta e apresentasse a si mesmo o desafio de a saltar uma vez mais. A sua sensualidade serve-se de todos os pretextos para se exaltar. Os cabelos, a cova da nuca, os ombros ou os seios são as vias confessáveis de uma voluptuosidade que pode conduzi-lo, ele sabe-o até à obscenidade."
Amanhã à mais.
