Fiquei de escrever no sábado sobre a Páscoa em Portugal.
Mas de repente tive uma súbita vontade de arrumar a casa que nem uma doida e quando achei que as coisas estavam um pouco mais apresentáveis, parei mas fiquei sem forças para escrever.
Decidi que devia ver o meu Benfica jogar, azar dos azares, já não houve motivação para escrever mais nada, já para não falar, que a azia prolongou-se pelo Domingo fora.
De maneira que estou aqui hoje para escrever sobre um tema que embora tenha já passado creio não estar ainda desactualizado.
" Assim, é nesta altura que se limpam muito bem as casas, se pintam (ou caiam, nas zonas em que isso é habitual) e se arranjam pois irá passar o Compasso (a Visita Pascal), que é uma ida do padre a cada casa para abençoar (e benzer) aquele lar e os que ali vivem.
Infelizmente creio que se está a perder esta tradição, embora ainda exista em alguns locais do nosso país.
Tradicionalmente, para além das amêndoas e dos ovos, existe o pão-de-ló e os folares.
Antes da Páscoa, na Quaresma, o tempo é de jejum- (ou deveria ser) evita-se comer carne e a ementa das sextas-feiras deve ser peixe, ou pelo menos não deve ser carne, este hábito mantêm-se por respeito pois foi a uma sexta-feira que Jesus foi cruxificado e morreu.
Mas como no Domingo de Páscoa se celebra a festa da Ressurreição (voltar á vida), volta a comer-se carne: cabrito ou borrego, como era nos tempos antigos, embora actualmente e perante a crise económica, come-se o que se pode."
Lembro-me em relação á Páscoa dos meus tempos em que era mais nova, de rigorosamente se cumprir á Sexta-Feira Santa o hábito de não comer carne, mas havia quem praticamente jejuasse até ao Domingo de Páscoa.
Confesso que para quem gostava era de brincar e ver televisão, desde a Sexta-Feira Santa até ao Domingo de Páscoa de manhã, encaravamos mais um tempo de uma grande seca, do que um tempo de reflexão, imagine-se acender a televisão e só música clássica, séries sobre a vida de Cristo, documentários sobre o mesmo tema, enfim. Ligavamos a rádio era o mesmo, desde Sexta-Feira até Sábado à meia-noite, música clássica ou sacra.
Ora então é que eram os festejos a sério, o Domingo de Páscoa, trazia-nos não só o reatar normal da nossa vida, como também os célebres ovos de chocolate e as amêndoas. Qual Cristo Ressuscitado, qual quê, a festa era porque era mesmo um Domingo festivo.
É óbvio que á medida que fui crescendo apercebi-me mais do sentido da Sexta-Feira Santa, bem como do Domingo de Páscoa, mas também verdade se diga que aos poucos, os tempos foram evoluindo e a televisão e a rádio deixou de lado todo esse "ar" de luto e já alternava um pouco mais as coisas.
Actualmente a ideia que tenho desta fase é que a maior parte dos portugueses vê mais como um fim de semana prolongado, onde pode descansar mais um pouco e o resto...são cantigas.
Enfim, relativamente á minha maneira de pensar, estou no nim, olho para esta época, como um período em que pelo menos, devo fazer mais uma retrospectiva daquilo que fiz, que deveria fazer e questiono também até que ponto algumas passagens da Biblia, serão assim tão certas, ou melhor dizendo, tão veridicas.