Bom aqui estou depois de uns dias sem escrever.
A culpa é dos jogos internacionais das equipas portuguesas, para a Liga dos Campeões e para a Taça Uefa.
Confesso, fiquei feliz com a derrota do Porto, é que antes, não gostava do Porto, porque não gostava do Presidente, agora odeio o Porto porque também não gosto do Treinador. Arrogante e convencido.
Fiquei feliz com as vitórias do Braga e do Sporting e razoavelmnte feliz com o empate do Benfica.
Ontem pretendia escrever no Blog, tive um ataque de estupidez, e não consegui entrar no computador. É que o meu filho tem uma palavra passe e achei que uma das letras se escrevia com maiúscula. Enfim...burrices.
Hoje irei escrever sobre o meu avô, da parte do meu pai.
Tenho muita pena de pouco ou nada saber sobre a sua vida, mas terei de fazer alguma pesquisa mais aprofundada.
Presumo, que a sua vida deve ter sido muito rica, tanto para o bem como para o mal.
Sei que foi um grande lutador contra o antigo regime e esteve preso algumas vezes, algumas delas com Álvaro Cunhal e Mário Soares.
Era um comunista ferrenho e convicto.
Chegou a ser torturado e esteve preso nas piores prisões da altura. Tarrafal, Peniche e provavelmente outras que não sei o nome.
A verdade é que o facto de quase toda a sua vida ser passada a fugir com receio de ser preso e não conseguir criar raizes marcou-o definitivamente.
Quando foi o 25 de Abril, a sua alegria foi imensa e deve ter pensado que os maus seriam trucidados e enviados também para o Tarrafal.
O meu avô nunca perdoou quem pudesse estar ligado ao antigo regime.
Um dia decidiu visitar-nos e a sua ideia foi tentar perceber como estavam as coisas a correr por aqui, se fulano ainda tinha alguma relevância, verificar se as ruas mantinham os mesmos nomes. Enfim, creio que o meu avô decidiu dar uma de Pide. (para quem não saiba Pide foi a policia secreta do governo de Salazar e Américo Tomás).
Senti-me incomodada com a sua atitude, barafustou, e num acto de loucura arrancou uma placa toponimica numa rua só porque tinha o nome de um senhor que durante anos tinha sido Presidente de Junta nos tempos de Salazar e Américo Tomás.
Achei que o meu avô estava possesso e desorientado.
Passado não muitos anos do 25 de Abril o meu avô estava desiludido com o rumo dos acontecimentos, para ele o comunismo devia de imperar e não deveria de ter havido contemplações para ninguém.
Refugiou-se na bebida e não aprendeu nunca a viver em liberdade e democracia.
Numa noite, faleceu num acidente de viação.
Que ironia, uma vida descontrolada, a sua morte não poderia ser de outra forma a perca do controle do carro e espetar-se de encontro a um poste.
Nunca tive a chance de conviver com ele como qualquer neta e avô.
